APRESENTAÇÃO
A razão de nossos escritos
sobre a História de Araras, município, em que tivemos a ventura de nascer, está em que nos achamos empenhados, há vários anos,
na compilação e pesquisa dos fatos esparsos que a compõe e, que vem sendo compilado neste blog, como fonte de registro e resgate histórico.
Seguindo a um conselho do saudoso
prefeito Francisco Graziano, em cuja gestão tivemos a oportunidade e a honra de
escrever e lançar o ÁLBUM DE ARARAS, ed. 1949. (Nelson Martins de Almeida e Mamede de Souza)
Após intensas pesquisas na
Biblioteca Municipal de Araras, e outras fontes a que tivemos acesso, passamos
a pesquisar junto aos próprios livros de atas da Câmara Municipal, onde fomos
“fuçar” em velhos papeis e amareladas pagina manuscritas, tudo o que os nossos
antigos fizeram em prol desta comunidade que hoje se orgulha de sua modelar e
organizada urbe.
O livro de atas mais antigo que
então encontramos havia sido o de 1892, e demos inicio à nossa perquirição
histórica, transportando-nos para aqueles idos do pioneirismo heroico de nossos
ancestrais, empolgando-nos com a magnitude de seus gestos de trabalho abnegado
e desprovido de qualquer compensação material, mas sempre visando o bem da
coletividade do burgo incipiente, e do seu desenvolvimento gradativo.
Ora, o gesto magnânimo de seus
fundadores – Bento de Lacerda Guimarães e José de Lacerda Guimarães – doando as
terras para o Patrimônio; depois a comissão camarista trabalhando ativamente
para a construção de um templo majestoso a ser erguido na imensa praça
descampada; os médicos abnegados a combater as epidemias, as febres de mau
caráter e fundando a sua santa casa de misericórdia; os heroicos pioneiros da
imprensa a enfrentar, no seu idealismo puro, as intempéries de omissão, do
descaso e da ignorância, os fundadores de fazendas, plantadores de
cana-de-açúcar, da mandioca e do café, que vieram a enriquecer a Nação; os
rasgadores de sertões implantando trilhos de aço das estradas de ferro que
fomentaram o progresso e trouxerem aos campos a civilização contemporânea.
Havíamos, pois, partido em nossas
pesquisas, do livro de 1892; mas, refletindo sobre que o município se instalava
a 07 de Janeiro de 1873, ou seja, dezenove anos antes, voltamos a uma procura
mais intensa nos velhos arquivos, até que, finalmente, encontramos os almejados
livros anteriores, inclusive o primeiro livro de atas, iniciado em 1873.
Somos de parecer que estes livros
são históricos,
e deveriam estar aos cuidados da Biblioteca Municipal, pois que
transcendem ao interesse dos próprios vereadores e da Câmara, para se situarem
como uma relíquia pode ser preservada pela própria Biblioteca.
Durante anos, nas horas ociosas,
fizemos as nossas pesquisas, uma luta contra o tempo, já que precisávamos viver
e, não poderíamos nos fixar apenas neste trabalho, para o qual ninguém nos
remunera. E, quanto mais nos aprofundávamos em nosso mister, apesar das
restrições caseiras pelo nosso diletantismo, o nosso “hobby” de nenhuma
compensação material, mas sumamente espiritual, no silêncio de
nossa sala de trabalho, frente a maquina de escrever, íamos nos
empolgando cada vez mais com a riqueza dos acontecimentos esparsos, esquecidos
entre os arquivos nunca lembrados.
E foi assim que descobrimos fatos
interessantes que a maioria dos conterrâneos ararenses desconhece e
enriquecemos, sobremaneira com novos fatos aqueles que poucos conhecem. Isto
nos possibilitará dar nova dimensão a História de Araras, de que se servirão os
ararenses de hoje, e, os vindouros, interessados em melhor conhecer a formação
desta cidade.
Estes conhecimentos, que passamos
a ter através das documentações pesquisadas, aliados aos que já trazíamos de
nossos trabalhos anteriores que, desde 1948, vimos fazendo para esta cidade,
nos possibilitaram apresentar a Prefeitura Municipal, quando assessor de
imprensa, um trabalho pessoal de que nos orgulhamos: o levantamento da
nomenclatura das ruas de Araras.
Desse trabalho, chegamos a
conclusão de que mais de 100 vias publicas estavam sem nomes, identificadas
apenas por números ou letras, como eram os casos dos bairros Jardim Candida,
Jardim Fátima e outros.
Apresentamos um trabalho com mais
de 100 nomes de vultos ararenses, esquecidos no tempo, mas legendários na
História, pelo que fizeram em prol de sua comunidade, a sua época.
Vultos como: Olympio Portugal, o
primeiro cientista a aplicar o soro antiofídico no Brasil; Clementino
Canabrava, autor de varias proposições; Ascânio Villasboas, que tanto trabalhou
para a implantação da iluminação publica de Araras, ao tempo dos românticos
lampiões a querosene.
Neste trabalho, os nomes foram
apresentados, seguindo-se ligeiros traços de sua atuação que os justificavam.
Nelson Martins de Almeida
Historiador
________________________________
Documento este resgatado em 17 de julho de 2013 e transcrito para este blog.
Pressupõe-se que fora redigido entre os anos de 2005/2006
Nenhum comentário:
Postar um comentário