Em 1948 era entregue à cidade o Álbum de Araraquara.
Decorridos décadas, em 2016 a Câmara Municipal, através da Escola do Legislativo e sua equipe brilhante e realizadora - na pessoa de Silvia Gustavo, entregam à população araraquarense a obra digitalizada para pesquisas.
acesse o link para obter o Álbum de Araraquara em pdf
https://www.dropbox.com/s/crx12s2ekayyufp/ALBUM-1948.PDF?dl=0
Transcrição do texto
Após uma série inenarrável de dificuldades e obstáculos, chega à luz o ÁLBUM DE ARARAQUARA!
Culpa nos cabe desses obstáculos, pois, haviam-nos precavido de que eles seriam inúmeros, e outros chegaram mesmo a afirmar que tal empreendimento seria inexequível. Quase chegávamos a acreditar que nossos conselheiros estavam com a razão, porém, fizemos ouvido de mercador e não quisemos imitar a tartaruga que, ao encontrar uma pedra em seu caminho encosta-se a ela, esperando que outrem a remova dali.
Sem indecisão atiramo-nos à luta! E esta foi árdua, renhida, cheia de apreensões. Nela empregamos todos os nossos esforços, boa vontade, esperanças, recursos.
(clique sobre a imagem)
Chegamos, enfim, ao término da jornada, colimando com êxito o nosso ousado objetivo, que era o dotar Araraquara de um elemento histórico-ilustrativo, prestando desta forma à Municipalidade local, e consequentemente, ao próprio município, os benefícios decorrentes da divulgação de suas riquezas, de sua capacidade produtora e comercial, de sua cultura, de seus empreendimentos e de sua importância no conjunto das cidades brasileiras.
O leitor julgará talvez que estejamos exagerando quando nos referimos aos nossos obstáculos, todavia, sabendo-se que não contamos com o apoio material dos poderes públicos e nem com o interesse de participação das propriedades agrícolas, hão de convir o risco de um fracasso em que nos submetemos, quando a situação nos era ainda sombria, as possibilidades de sucesso se nos apresentavam remotas, imprevisíveis, incertas.
Vai daí porque - agora o compreendemos -, depois da execução do primeiro Álbum de Araraquara, de autoria de Antonio M.França e João Silveira, isto em 1915, ou seja, há 33 anos passados, outro não houve que ousasse repetir-lhes o empreendimento, e, aqueles que o tentaram (e foram vários) desistiram do intento, logo ao primeiro contacto com os obstáculos imprevistos, ocultos sob o manto da inexperiência.
Seis meses custou a nossa vitória! Seis meses de trabalho de ininterrupto e uma série de contratempos vencidos com paciência e perseverança.
Esperamos, pois, que tudo isto seja reconhecido pelo leitor inteligente, dando a esta obra o valor que ela merece, mormente em se tratando de assunto que diz respeito à sua própria cidade.
Admire-a, portanto, como o fazeis à tua própria terra, que aprendestes a amar e da qual orgulhas-te de ser filho.
O AUTOR
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O autor Nelson Martins de Almeida, na ocasião, declara as dificuldades encontradas entre a realização do primeiro trabalho editado em 1915 e o de 1948. Entretanto, decorridos os anos entre o primeiro a contar em 100 e o segundo 67, percebemos não haver novas edições, novas atualizações, ainda que avanços tecnológicos se façam presente, percebe-se carência de pessoas que não se atenham aos obstáculos.
Entretanto, a Câmara Municipal de Araraquara, por meio da Escola do Legislativo empreendeu a digitalização do material e entrega ao público para pesquisas através do link - obra pdf
https://www.dropbox.com/s/crx12s2ekayyufp/ALBUM-1948.PDF?dl=0
Assim, parabenizamos esses empreendedores corajosos, "ouvidos de mercador" como se expressara Nelson Martins de Almeida nos idos 1948, que realizaram feito magnífico para a cidade. Agradecemos seus realizadores na pessoa de Silvia Gustavo. (06/09/2016)
Inajá Martins de Almeida (filha do autor Nelson Martins de Almeida 1918-2012)
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UM ACRÓSTICO À ARARAQUARA
Altiva, a natureza a colocara
Risonha, feliz, cheia de luz
A encantadora Araraquara...
Rapsódia que encanta e que seduz!
A ti se curvam tradições gloriosas,
Quimeras de luzes cor de rosas
Ungindo o teu porte de beleza!...
A ti todos são gratos - te confesso -,
Rezando sempre teu progresso
Araraquara... Misteriosa Princesa!
Nelson Martins de Almeida - fev 1948
A elaboração de um trabalho dessa natureza, geralmente denominado “álbum” ou “almanaque”, que era muito comum no passado ( muito embora Araraquara só tenha editado dois, este e aquele de 1.915) objetivava traçar um retrato do momento de sua edição, no que diz respeito às autoridades constituídas, vida política, produção rural, comercial e industrial. Era comum também reviver a história, publicar crônicas, poemas, acrósticos, refletindo a evolução cultural. Este álbum de 1.948 não foge à regra e, assim, apresenta um quadro bastante completo e favorável dessa Araraquara de meados do século XX.
AUTOR: Nelson Martins de Almeida , redator-produtor do “Álbum de Araraquara”, edição de 1.948, nasceu a 19 de março de 1918, em Araras-SP, na Fazenda Campo Alto, sendo criado em S.Paulo, onde estudou comércio, publicidade, taquigrafia e jornalismo. Aos 19 anos, prestou serviço militar na Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, saindo em outubro de 1938. Foi taquígrafo da Associação Paulista de Medicina e trabalhou em outras empresas. Organizou e publicou várias revistas de engenharia e arquitetura. Chegou a Araraquara em julho de 1.947, com plano de estudar e escrever o histórico da cidade.
Veja mais : http://nelsonmartinsdealmeida.blogspot.com.br/2012/09/album-de-araraquara-1948.html
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