Exposição “Araras no passar dos séculos” foi montada no espaço Artístico-Cultural da Câmara para celebrar a data
No dia 15 de agosto Araras comemora seu aniversário de fundação (152 anos) e o dia de sua padroeira Nossa Senhora do Patrocínio. O feriado foi instituído pela lei municipal nº 717 de 13 de abril 1967 e a Lei Orgânica do Município de Araras também prevê a comemoração da data. Antes disso a lei municipal nº 62 de 11 de junho de 1949.
Para celebrar o marco histórico a Câmara de Araras promove a exposição “Araras no passar dos séculos” em seu espaço Artístico-Cultural. A exposição conta com fotos da cidade do século 19, período que a cidade começou a se desenvolver nos arredores da igreja Nossa Senhora do Patrocínio. O público ainda pode conferir em fotos atuais prédios localizados na Praça Barão de Araras que ainda permanecem desde a fundação da cidade e o crescimento urbano do município. Além de informações sobre a criação dos símbolos do município, o brasão, hino e a bandeira.
A história da cidade teve início em 1818, quando o Governo da Capitania de São Paulo concedeu a Francisco de Góes Maciel, Vicente Pires de Andrade e Manoel da Rosa Maciel, em sesmaria de légua e meia em quadra na região formada pela bacia hidrográficas do rio Mogi, ribeirão Itapura e ribeirão das Araras.
Conforme história contada no livro “Galeria Biográfica Paulista”, de Nelson Martins de Almeida, o território formado pela bacia do ribeirão das Araras passou a ser conhecido por “Paragem”, ou bairro das Araras, pertencendo partes aos municípios de Rio Claro, Limeira, Mogi Mirim e Pirassununga.
Em 1862 foi erigida uma capela sob invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, constituindo o seu patrimônio. Os terrenos para a constituição desse patrimônio saíram do então sítio Bom Sucesso, posteriormente designado Sítio de Araras. Este sítio, que possuía 46 escravos e umas poucas cabeças de gado, algumas casas de morada cobertas de telhas e um engenho de açúcar e aguardente, achava-se hipotecado ao Barão Jacareí e ao alferes João Costa Leitão. Foi, finalmente, vendido ao alferes João Franco de Camargo que possuía, nessa região mais dois latifúndios que eram o sítio Montevidéu e o do Rumo.
Falecendo o alfares Franco, em 29 de dezembro de 1861, como parte de sua imensa fortuna, legou a seus genros – José de Lacerda Guimarães e Albino Cardoso o sítio Montevidéu. O sítio de Araras, anteriormente, denominado sítio Bom Sucesso, deixou à filha Manoela Assis de Cássia, casada com Bento de Lacerda Guimarães.
Em maio de 1865, os então proprietários da sesmaria, Bento de Lacerda Guimarães e José de Lacerda Guimarães doaram o terreno para o patrimônio da respectiva igreja dedicada a Nossa Senhora do Patrocínio. Por este ato empreendedor Bento foi agraciado com o título de Barão de Araras, e José como Barão de Arari, os fundadores de Araras.
Por que se comemora o 15 de agosto o dia da Padroeira?
De acordo com o historiador Alcyr Matthiesen, em seu livro “Araras, Arquivo dos Tempos”, o dia da Padroeira Nossa Senhora do Patrocínio deveria ter sido 28 de janeiro (porque foi nesse dia do ano de 1881 que a Câmara Municipal se reuniu em sessão extraordinária para entregar ao Padre Ambrósio as chaves da Igreja concluída na véspera).
No livro o historiador conta que segundo o Pade Dr. Hercílio Bertolini, a imagem de Nossa Senhora do Patrocínio e o dia da Padroeira são polêmicos, uma vez que a primeira imagem data provavelmente da construção da Matriz. A viúva de Albino Alves Cardoso, Carolina Amélia mandou vir da França uma nova imagem que chegou ao município vinda de Limeira carregada por escravos em 1881.
Esta segunda imagem ficou em poder da igreja até o vigário Heliodoro Pires mandá-la para São Paulo a fim de ser restaurada. Quando retornou, em 15 de agosto de 1921, notaram que não era a mesma que havia ido. Segundo Pe. Hercílio, foi aí que se iniciaram as comemorações (segundo registros da igreja, pois, os custos da restauração e transporte chegaram a 600 mil réis. Para cobrir este montante, o vigário Heliodoro convidou 40 fazendeiros da região para serem festeiros. Nas solenidades de bênção da imagem, além das quermesses e leilões, houve também a procissão que contou com a presença do Cônego Manfredo Leite, de São Paulo, como orador.
Uma prova da troca da imagem é datada de 1908 quando os registros de batismo tinham a imagem de Nossa Senhora do Patrocínio, sem menino Jesus no colo.
Brasão de Araras
A criação do Brasão de Araras foi proposta pelo vereador Oswaldo Russo em 1950. Aquele proposta foi vetado com base em parecer do Instituto Genealógico Brasileiro. Em 1951, o presidente da Câmara Elísio Zurita Fernandes e os dois secretários Benedito Michielim e José Dante Rodini propuseram a Resolução nº 32 que cria o Brasão de Armas do Município de Araras, mas só em 1952 ele foi definido pelo projeto de lei subscrito pelo presidente da Câmara Francisco Graziano. O autor do Brasão de Armas foi Enzo Silveira. Em 13 de julho de 1953 é sancionada e publicada a lei nº 159 pelo prefeito Hermínio Ometto.
Bandeira
A bandeira de Araras foi instituída pela resolução nº 6 e pela lei municipal nº 254, ambas do dia 23 de março de 1956, quando era presidente da Câmara Francisco Graziano e prefeito Alberto Feres. A bandeira é composta pelo Brasão de Araras sobreposto as faixas preta e vermelha que fazem menção as cores do Estado de São Paulo.
Hino da cidade
O Hino da cidade de Araras foi escolhido por meio de concurso promovido pelo Rotary Clube de Araras, com a colaboração da Prefeitura e Câmara Municipal. A letra vencedora foi do autor Ideney Gonçalves de Oliveira. O hino foi instituído pela lei nº 1.273 de 1º de março de 1979 promulgada pelo prefeito Valdemir Zuntini.
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Consulta efetuada em 31/03/2017 -