sábado, 14 de outubro de 2017

MEMORIAL DE ARARAS - TIRO DE GUERRA

por Nelson Martins de Almeida - Historiador


No dia 29 de setembro de 1917,  Araras era visitada pela Linha-de-Tiro de Pirassununga, tendo a acompanhá-la um pelotão de escoteiros.  A viagem foi feita por trem até a estação de Loreto, sendo o percurso terminado em marcha. Os atiradores foram  acompanhados por seus instrutores e pelo prefeito dr. Fernando Costa, seu diretor.



Mas, a primeira manifestação para ser criado um Tiro-de-Guerra, em Araras, iria partir do prefeito cel. André Ulson Junior, que se punha em contato com o general Luiz Barbedo, do comando da II Região Militar,  sediada em São Paulo.

O primeiro Tiro-de-Guerra foi formado em Araras em 1918. Na foto ele aparece formado frente à sede que ocupa as dependências da antiga Escola de Trabalhadores Rurais.




Em 1918, estava formada, em Araras, a Linha-de-Tiro nº 66 e, já em janeiro desse ano, era executada no Teatro Apollo, a Marcha da Linha-de-Tiro nº 66, numa composição de Emengarda Miranda.



ETERNOS DEFENSORES DA PÁTRIA 
QUER EM POSIÇÃO DE SENTIDO QUER EM MARCHA



Aos 15 de maio de 1918, o ver. Herculano Ferreira havia apresentado um projeto de lei, em que a Prefeitura de Araras ficava autorizada a despender pela verba de Obras Públicas, a quantia de   RS. 4:000$000 com a construção do stand e fardamento da banda de música. Era regente dessa banda o maestro Francisco Paulo Russo.

Em fevereiro de 1919, o comandante da 2ª Regiãso Militar (hoje II Exército) general Luiz Barbedo comunicava à Câmara a sua visita à Araras, quando seria feita a oferta da Bandeira  Nacional à Linha-de-Tiro nº 66. Isto veio a ocorrer no dia 9, durante o ato de inauguração do stand de tiro em Terras da Fazenda São Joaquim, local posteriormente vendido ao Operário Futebol Clube.




Foram guardas de honra da Bandeira, as senhoritas Dirce Gomes, Olívia Ulson, Luiza Marcicano, Guilhermina Ulson, Aparecida Cunha, Laura Braga, Aparecida Cunha, Dalila Marcicano, Julia Luz, Elvira Padula, Ille Denardi, Amélia Feres, Anaitis Zacharias e Haidéa Camargo. 




Em 1921, o Linha-de-Tiro nº 66, de Araras, era instruído pelo sargento João Vicente, ano em que Araras recebe a visita do Tiro de Guerra nº 357, de Limeira, comandado pelo sargento Wilhelsen, tendo por secretário Germano Oliveira. No Hotel Italiano, em Araras, é lhes ofertado um almoço, dele tomando parte o dr. Carlos de Oliveira Guimarães, promotor público da Comarca, o capitão Florindo Basílio Camargo, vice presidente da Linha-de-Tiro, o sargento instrutor João Vicente e outros.

Em 1948, a sede do Tiro de Guerra, estava localizada na antiga Escola de Trabalhadores Rurais, então situada onde hoje está a Praça Dr. Martinico Prado, por coincidência, local onde presentemente, se instala a sede do Tiro de Guerra 2.053.



O Tiro-de-Guerra no ano de 1948 era presidido pelo prefeito Francisco Graziano, que aparece na foto, entre o grupo de atirados e seus sargentos instrutores. A foto foi tirada nas dependências externas do Educandário "Dona Benedita Nogueira".

Em 1951, o T.G. 182, em Araras, é comandado pelo 2º tenente Oswaldo Ramos, sendo prefeito municipal e seu diretor o Sr. Francisco Graziano.

Em 1952,  aos 3 de março, o presidente da República, tendo em vista o decreto nº 16321 e nº 6795/44, concede a Medalha de Guerra ao sargento Odail Monteiro dos Santos (foto), instrutor do T.G. 182, de Araras.


Em 1952, sendo diretor do T.G. de Araras, o prefeito Hermínio Ometto, o TG 192, sediado em Araras, conquista o honroso 2º lugar na classificação a que concorreram todas as unidades do gênero. Comandado pelos sargentos instrutores Justiniano Feitosa e Odail Monteiro dos Santos, o TG de Araras, alcançou 92,37 pontos.








Em 1954, o TG 182, de Araras, comandado pelo sub-tenente Justiniano Feitosa e sargento Odail Monteiro dos Santos, conquista o 1º lugar na classificação de todos os Tiros de Guerra do Estado de São Paulo.








A 21 de abril de 1956, assume o comando do TG 182 o sargento Antonio Ângelo de Assis, sendo prefeito de Araras, o Sr. Alberto Feres. Nesse ano é procedido o lançamento da pedra fundamental do novo prédio sede do TG 182. Em sua inauguração comparecem o cel. Aiporé dos Reis e o major Manoel João Homem de Mello, do II Exército, prefeito Alberto Feres e demais pessoas gradas.







Aos 7 dias do mês de setembro de 1957 inaugura-se a nova sede do TG 182. Em nome do II Exército, fala o major Manoel João Homem de Mello.















Prefeito Alberto Feres discursa, ladeado das autoridades coronel Aiporé, major Manoel João Homem de Mello, prefeito Armando Coelho, de Leme.












Ato do hasteamento da Bandeira e do retrato do prefeito Graziano - período 1948/1951



















Em 1958, com a aprovação do general Stênio de Albuquerque, comandante da II Região Militar, são elogiados os componentes do Tiro de Guerra de Araras e seu instrutor sargento Odail Monteiro dos Santos, pelo espírito de solidariedade demonstrado por ocasião do desastre com um caminhão transportador de cortadores de cana, que vitimou 38 ocupantes.






O Tiro-de-Guerra nas comemorações da Revolução Constitucionalista de 1932

1982 - solenidades no Ginásio de Esportes de Araras










Prefeito Ivan Estevan Zurita, comandante do Tiro-de-Guerra hasteia a bandeira nacional, frente à sede
















Desfilando ao redor da Praça Barão de Araras, passando pelo Cine Araruna e ruas da cidade de Araras. As crianças se alegram e acompanham a marcha ritmada.









RESERVISTAS ARARENSES 
- para serem dignos ombros de Caxias quando deles precisarem a Pátria -


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O acervo faz parte da coleção de NELSON MARTINS DE ALMEIDA - Historiador, membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de São Paulo
O material fora apresentado durante a Exposição da História de Araras - Casa da Cultura no ano de 1997.

Composição do material para o blog a cargo da filha Inajá Martins de Almeida - depositária de todo esse acervo histórico escrito e ilustrado

15/10/2017

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Foto digna de registro neste blog







sábado, 23 de setembro de 2017

ÁLBUM DAS BANDAS EM SEUS BASTIDORES

Texto de Inajá Martins de Almeida




Nelson Martins de Almeida dedica horas intermináveis a compor, aquele que viria ser o Álbum das Bandas de Araras.

Precisar o início, quem sabe, pois que o Álbum de Araras, edição 1948 (foto) traz matéria sobre a manifestação cultural em torno da música, teatro, literatura que envolvia a cidade que já se apresentava como celeiro para o culto às artes. 

Adentro o texto e vejo meu pai compenetrado em seu trabalho artesanal. Cola textos de jornais, fotos; acrescenta outros tantos, esboça opiniões e pareceres. É o grande campeonato nacional em concurso de bandas que lhe motiva nova obra - esta demora anos a ser editada, mas acontece. Percorre tempo que se cobra - 1977 / 2017 (quarenta anos que se pode contar).


Anos de dedicação presenciamos nossos pais. Matilde com o músico Carlos Viganó, eu Inajá com Nelson Martins de Almeida, meu pai. Pudemos então viver intensamente todos os momentos. Enquanto muitos ouviam falar, nós ocupávamos os bastidores, quiçá algumas vezes o palco; quantos valiam-se das plateias aos aplausos acalorados. [o "boneco" fora manuseado, estudado, digitado em computador, até sua impressão em 2017]  





Capa original quando do "boneco", completamente modificada em sua edição final.

A Banda Campeã em seu uniforme se deixa fotografar na praça Barão de Arary - foto histórica de 1977











Colhíamos lembranças, testemunhas oculares, mal supondo o tempo nos reservar adentrarmos o cenário em que nossos pais tão bem versavam. Assim, aos poucos fomos nos acostumando com o legado. De um lado, o esboço do Álbum, guardado entre outros tantos. De outro, o protagonista que vivenciara as mais eloquentes expectativas a cada conquista no embate musical. 


[contra capas CD 1977  - Banda Campeã Nacional]     
  

Se, de um lado um, Carlos Viganó, em campo alavancava aplausos e comentários efusivos ante as apresentações, de outros, Nelson Martins de Almeida, ocupava-se dos apontamentos, guarda dos registros, formatação do “boneco” para edição futura.

Os protagonistas não alcançaram o livro editado, entretanto, de posse de todo o material os registros participavam da dinâmica que a história apresenta e clamavam pelos acontecimentos durante os anos que avançaram em novos fatos.

No primeiro instante a timidez fez com que parássemos a projetar o sonho de dois idealistas pela arte – Carlos e Nelson – e motivadas por tantos acontecimentos que nos víramos envolvidas – a criação da Escola de Música “Carlos Viganó, já vislumbrada pelo Maestro Francisco Paulo Russo a formar plêiades de jovens músicos nos idos 1909; a homenagem pelos 100 anos de Carlos Viganó; a passagem de Corporação para Orquestra de Sopros, todos esses fatores, ainda mais alguns músicos remanescentes de 1977 em nosso convívio, deram subsídios para avançar em pesquisa. E as páginas puderam suceder uma a uma e alcançar a marca de 200 (duzentas), entre registros, fotos, lembranças memoriais e imemoráveis.


Assim, nesse breve encontro, podemos afirmar que vivemos intensamente esses bastidores que, desde a ideia, uma  conversa informal entre nós primas e co-autoras do Álbum, até a sua concretização, imaginamos uns cinco anos de muito prazer, envolvimento e comprometimento. 

Agora podemos afirmar que o Álbum vive em nós. 

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

ÁLBUM DAS BANDAS DE ARARAS NA BIBLIOTECA DA CÂMARA

A Câmara Municipal de Araras recebeu na tarde da última, terça-feira (12/09/2017), um exemplar do livro ‘Álbuns das Bandas de Araras’, das coautoras, Inajá Martins de Almeida e Matilde Aparecida Salviato Viganó, respectivamente filha e sobrinha do autor e historiador, Nelson Martins de Almeida, que havia deixado o livro praticamente pronto, antes de falecer em 2012.
O livro foi lançado no último dia 26 de agosto na Biblioteca Municipal ‘Martinico Prado’ e contou com a presença de um grande público, vereadores e autoridades. A obra retrata a origem de todas a bandas de Araras e detalha a conquista da Corporação Maestro ‘Francisco Paulo Russo’ do 1º Campeonato Nacional de Bandas, promovido pelo MEC – Ministério de Educação e Cultura e Funarte – Fundação Nacional de Artes – nos estúdios da Rede Globo no Rio de Janeiro, em 1977. Por este feito histórico, a Corporação foi homenageada no dia 20 de julho deste ano em sessão solene promovida pela Câmara Municipal de Araras, a pedido do presidente do Legislativo, o vereador Pedro Eliseu Sobrinho (DEM).  
O exemplar foi entregue ao diretor de comunicação, o jornalista Nilsinho Zanchetta e ao historiador e responsável pela biblioteca da Câmara Municipal de Araras, Andrei Campanini. “Receber esta preciosidade das mãos das coautoras é motivo de muito orgulho, é um livro com histórias incríveis, enriquecedoras e que muito valoriza a história da nossa querida cidade de Araras”, declara Zanchetta.
Para o historiador Andrei Campanini, a obra vai enriquecer ainda mais o acervo da biblioteca. “O livro eterniza a história das nossas bandas, valoriza os personagens de nossa cidade e mantém a história viva, com certeza a biblioteca ganha muito com este presentão”, relata Campanini.
As coautoras Inajá e Matilde disseram que estão extremamente felizes com a homenagem e a repercussão do livro. “Gostaríamos muito de agradecer a homenagem feita pela Câmara Municipal a nossa querida Corporação, foi emocionante, ficará eternamente em nossas memórias, quanto ao livro, realmente ficou muito lindo e informativo, valeu a pena todas as pesquisas feitas, as fotos históricas que conseguimos para ilustrar o livro e o mais satisfatório de tudo isso é a aceitação do público, que tem gostado e nos procurado para adquirir os exemplares”, contaram.
Quem quiser adquirir um exemplar do livro ‘Álbum das Bandas de Araras’, basta entrar em contato com as coautoras pelos telefones: 3352-8609 ou 98105-4488. A obra custa R$ 60.00. 

Com informações da Diretoria de Comunicação da CMA

http://www.araras.sp.leg.br/biblioteca-da-camara-municipal-de-araras-e-presenteada-com-o-livro-lbum-das-bandas-de-araras/7205


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Jornal Opinião registrou o momento em sua edição de 14/09/2017, conforme registro para este Blog - capturada foto via facebook


http://jornal.grupoopiniao.com.br/biblioteca-da-camara-e-presenteada-com-o-livro-album-das-bandas-de-araras/

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

ÁLBUM DAS BANDAS DE ARARAS - O LIVRO EDITADO

Texto Inajá Martins de Almeida


Quarenta anos decorridos entre a conquista do Campeonato Nacional de Bandas de Música - 1977 / 2017.

Nelson Martins de Almeida registrava o momento histórico. Encaminhava textos a jornais locais, demonstrando que a história haveria de perpetuar o grande feito pela Corporação Musical Maestro Francisco Paulo Russo e seu brilhante maestro Alfredo Alexandre Pelegatta. 

Entretanto, o rascunho esboçado, os recortes de jornais que se avolumavam e se organizavam em cadernos, requeriam edição livresca e eis que o desejo do historiador Nelson Martins de Almeida e do músico Carlos Viganó, encontram nas filhas argumentos que demonstram a dinâmica dos acontecimentos que envolveram a corporação e os músicos, decorridos esses 40 anos (1977/2015) – a criação da Escola de Música Carlos Viganó, o Maestro Marco Antonio Meliscki à frente da regência a transformar a corporação em Orquestra de Sopros, jovens que voltavam a relembrar a plêiade de músicos arregimentados pelo Maestro Francisco Paulo Russo nas décadas que se sucediam a partir de 1909, agora a compor a Banda Alfredo Alexandre Pelegatta, no caminhar do século XXI.


Assim, o encontro que se fez entre as “filhas da história” - Inajá, por parte de Nelson e Matilde, filha de Carlos Viganó – pode acrescentar páginas à pesquisa que agora envolvia entrevistas, apontava causos de bastidores entre os músicos remanescentes, autênticas memórias vivas, tirava dos bastidores jovens que chegavam, veteranos que partiam, num diapasão harmonioso e melódico.


E o Álbum se torna público.

O templo do saber a Biblioteca Martinico Prado empresta seu espaço para que o lançamento da edição em livro, capa dura, 200 páginas em conteúdo, escrito e fotográfico, tornem sete capítulos numa sinfonia histórica de 136 anos de envolvimento musical a contar  1879 / 2015; seus maestros, orquestras várias, bandas marciais, vultos e músicos que emprestam seus apontamentos biográficos para que as páginas possam configurar e compor a história.  




Noite de sábado O amplo salão da biblioteca todo iluminado, livros, quadros, estantes que marcaram uma época, ornamentam-se, ganham nova coloração. Mesas de leituras cobrem-se com toalhas brancas, cadeiras dispostas em forma harmoniosa, previamente calculada sua dinâmica para que os convidados possam sentir a recepção que os aguardam. Álbuns sobre as mesas; abertas suas páginas, podem ser  apreciadas, flores a espargirem o frescor e perfume no ambiente, coquetel saboroso aguarda seu momento pacientemente.                                                     foto: Elvio Antunes de Arruda 




Fleches fotográficos, imprensa presente, atenta aos momentos a solicitar breves palavras. 


Registros marcantes para a rádio, TV e jornal.

foto: Elvio Antunes de Arruda 

Foto - Elvio Antunes de Arruda 



E eis que um a um os convidados se apresentam. O vasto salão começa a se tornar pequeno; as cadeiras insuficientes. No telão as imagens pedem passagem para apresentar fragmentos do que a edição reserva aos seus leitores. 










A um canto, a voz sonora, cadenciada, num compasso seguro, ora pianíssimo, ora vibrante, bravo, preenche o ambiente que silencia ao anseio pelo espetáculo. Eslaides  apresentam-se, apontam a significância dos temas discorridos na edição. Trinta quadros tendo como movimento sonoro a obra Newton do Maestro José Barbosa de Brito, a mesma que no concurso final em 1977, recebera entre as outras apresentadas, a nota máxima – dez – com louvor por parte do corpo de jurados –  dá impressão que o salão quer rodopiar, como se em praça pública todos estivessem.




Nilsinho Zanchetta, a voz sonora, cadenciada, melodiosa, que se deixara emprestar ao movimento glamoroso da noite, convida ao microfone. As coautoras Inajá Martins de Almeida e Matilde Ap.Salviato Viganó




Sr. Presidente da Câmara Pedro Eliseu Sobrinho traz a público o pioneirismo da cidade de Araras – a libertação dos escravos que antecedeu 1888, a festa da árvore; Inajá  relembra o fato do concurso nacional de Bandas, em que Araras, ao competir em nível nacional, entre Estados e Municípios, sagra-se a primeira a receber tal honraria em município brasileiro. Coube a nós, ararenses, portanto, mais um título para a sua galeria de vanguardismo e pioneirismo – Campeã de Bandas de todas as Bandas em nível nacional. 


Sr. Secretário da Cultura, Marcelo Franchoja, enfatiza o brilhante trabalho do Maestro Marco Antonio Meliscki a frente da Orquestra de Sopros e da Escola de Música Carlos Viganó, o que se pode confirmar quando os jovens harmoniosamente colocados em suas posições, instrumentais e instrumentistas afinados, atentam à batuta. Em uníssono, aos primeiros acordes fazem vibrar alma e coração. Sons melódicos, ritmados e compassados, preenchem o espaço, atravessam as enormes janelas que se abrem à praça, elevam-se ao céu,  encontram a luz da lua e das estrelas, a confundirem-se com as luzes da rua, sorriem ao espetáculo que se abre a todos.



Olhares atentos, ritmos e repertório são apresentados; Maestro Meliscki divide a batuta ao também músico e Maestro André, quando este pode mostrar ao público que à música vários olhares podem ser apontados, através de suas leituras. Maestros imporem cores e conotações diversas. Repertório sabiamente escolhido para o momento singular daquela noite quente de sábado. 

E ao tomar novamente à batuta e a palavra Maestro Meliscki compartilha a frase que o impactou e que o Álbum registra: -

 “Um povo sem cultura não é digno de sua história” e nos presenteia a todos com a música de Roberto Carlos, propícia para o momento de que ante toda aquela manifestação de entusiasmo, ousadia e coragem “é preciso saber viver”. 

O tempo cumpria o cronograma. Duas horas em que não se percebeu cansaço. Abraços apertados, mãos que se comunicavam; sorrisos, lágrimas, carinho, agradecimentos, autógrafos requeridos. O tempo gritava por mais tempo. Porém, as luzes haveriam de se apagar, os envolvidos pelo trabalho que iniciou, anos, meses, dias e horas antes do ocorrido, ansiavam pelo silêncio do diálogo íntimo. Todos precisavam degustar o momento, fechadas as portas e janelas do interior. Era o momento da despedida, quando as luzes se apagariam e o espetáculo dentro de cada um poderia continuar.

Eis aqui as reticências, em que não se coloca ponto final na história. Ela há que ser contada pela geração vindoura. 

Entre nós, contudo, Inajá e Matilde o que pudemos apreciar nessa noite de sábado, fora o brilho contagiante da amizade que os anos não murcharam.  Novos amigos que vieram agregar comprometimento a um trabalho que fora crescendo à medida que o fôramos tornando público.

Em momento algum sentimos o cansaço e a  falta de envolvimento por parte daqueles que buscamos a parceria. Agradecer é o pouco que podemos externar, porque pudemos perceber em cada envolvido o brilho nos olhos também em agradecimento por fazerem parte dessa edição que já se pode consagrar pioneira entre tantas que o município agrega para si. O impacto deste Álbum das Bandas de Araras – documentário histórico – será relembrado, decorridos os anos, pelas gerações que sucederão este sábado - 26 de agosto de 2017.

Fotos de Elvio Antunes de Arruda,  coroam o evento com brilho singular...


foto da esquerda para a direita: - David Martins de Almeida e esposa Patrícia, Elisabete de Almeida e as filhas, no colo, Ana Elisa e Ana Clara, Inajá, Matilde e o Alexandre Martins de Almeida (David e Alexandre netos do autor Nelson Martins de Almeida

foto: Elvio Antunes de Arruda - Araras 26/08/2017  
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Ivane Meliscki - esposa do Maestro Marcos Antonio Melisck assim se expressa...

 


       

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ÁLBUM DAS BANDAS DE ARARAS - NOTÍCIA CÂMARA

Vereadores participam do lançamento do livro ‘Álbum das Bandas de Araras’ na Biblioteca Municipal Martinico Prado


Os parlamentares Anete Monteiro dos Santos Casagrande (PSDB), Eduardo Elias Dias (PHS) e o presidente da Câmara Municipal de Araras, Pedro Eliseu Sobrinho, participaram na noite de sábado do lançamento do livro ‘Álbum das Bandas de Araras’ na Biblioteca Municipal ‘Martinico Prado’, de autoria do saudoso historiador Nelson Martins de Almeida e das coautoras Inajá Martins de Almeida e Matilde Aparecida Salviato Viganó, respectivamente filha e sobrinha do autor.
O evento contou também com a presença do secretário municipal de Ação Cultural e Cidadania, João Marcelo Franchozza, do diretor de Cultura, Jonas Bueno, do secretário municipal de Comunicação, Douglas Gonzaga e de um grande público que se emocionou e aplaudiu de pé ao recordar os grandes momentos das bandas de Araras, por meio de fotos que foram exibidas em um telão e das músicas apresentadas pela atual ‘Orquestra de Sopros de Araras’ regida pelo brilhante Maestro Marco Antônio Melinski.
Inajá Martins de Almeida e Matilde Ap.Salviato Viganó
Durante o discurso, o presidente da Câmara Municipal, Pedro Eliseu Sobrinho, elogiou a iniciativa do saudoso historiador Nelson Martins de Almeida, que faleceu em 2012, por eternizar à história das bandas em um livro e parabenizou a filha do historiador, Inajá Martins de Almeida e a sobrinha Matilde Aparecida Salviato Viganó pela conclusão e o lançamento da obra. “Hoje é um momento histórico para a nossa cidade com o lançamento deste livro, que permitirá a todos nós a possibilidade de recordar grandes momentos de nossas vidas, Araras sempre foi uma referência pelas grandes bandas que aqui surgiram, por ser a primeira cidade a libertar os escravos, por ser a cidade das árvores, cidade encantamento e por ter sido muitas vezes uma cidade modelo”, declara Pedro Eliseu, que já havia homenageado a ‘Corporação Maestro Francisco Paulo Russo’ em sessão solene realizada no dia 20 de julho na Câmara Municipal de Araras, pelos 40 anos da conquista do 1º Campeonato Nacional de Bandas de Música realizado na sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro, em 1977.
O livro
O Álbum das Bandas de Araras pode ser dividido em duas fases, a primeira entre 1879 até 1977, retratando a origem de todas a bandas de Araras, a segunda, os anos que seguiram o pós-campeonato nacional até a configuração da banda a se transformar em Orquestra de Sopros de Araras ‘Maestro Francisco Paulo Russo’.
A cidade de Araras, desde 1879, sempre teve bandas tradicionais, que fizeram sucesso e a alegria da população. Em 1905 o maestro Pusoni criou a Banda Carlos Gomes que passou a ser regida pelo Maestro Francisco Paulo Russo. Essa banda foi considerada a melhor do interior paulista.
Em 1922 participou das comemorações do Centenário da Independência do Brasil em São Paulo. Nessa ocasião o maestro Paulo Russo conquistou o 1º lugar na classificação geral das Bandas e recebeu do povo de Araras uma batuta de ébano e ouro em reconhecimento. Após 1930, a Banda contou com a regência dos maestros Hugo Montagnolli, Barbosa de Brito e Benedito de Moraes.  
Em 1971, com o apoio da Prefeitura Municipal de Araras, a Corporação Musical foi reorganizada e assumiu então a regência o Maestro Alfredo Pelegatta. Foram muitos títulos conquistados até 1976, quando se sagrou campeã estadual do concurso de bandas, promovido pela Secretaria de Promoção Social do Estado de São Paulo, passando então a concorrer ao título de banda campeã nacional no ano seguinte.
Em 1977, teve início o 1º Campeonato Nacional de Bandas, promovido pelo MEC – Ministério de Educação e Cultura e Funart – Fundação Nacional de Artes – quando a Corporação participou de três eliminatórias que foram gravadas nos estúdios da Rede Globo no Rio de Janeiro.
A banda ararense participou com as músicas Walkiria, Suíte Nordestina, Newton, Num Mercado Persa, Moça/Progresso, Hei de Vencer, Cantos Nordestinos e Seleção nº 1. Em todas as apresentações a Corporação foi agraciada com a nota máxima.
Na final, conseguiu o feito histórico ao conquistar o título derrotando na final bandas tradicionais da Bahia, Pernambuco e Minas Gerais. A banda ararense apresentou as músicas Bento Barbosa de Brito, Velho Titão e Os Mendigos, recebendo nota 10 de todos os jurados presentes no evento.
Após a conquista, os integrantes da banda “Maestro Francisco Paulo Russo” seguiram para Brasília onde fez uma apresentação no Ginásio de Esportes Presidente Médici, emocionando um público de mais de 15 mil pessoas presentes no evento, inclusive o excelentíssimo presidente da República na época, o General Ernesto Geisel e outras autoridades. Na oportunidade o Maestro Alfredo Alexandre Pelegatta recebeu das mãos do então presidente, o troféu Paulo Roberto da Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino. Após todas essas conquistas, a banda foi recebida em Araras com muita festa e alegria, desfilando em carro aberto pelas ruas centrais da cidade.
Em 1993 a Corporação teve a regência do maestro Luiz Carlos Morgili. Em 1994 assumiu o Maestro Marco Antônio Melinski, que ainda comanda a Orquestra de Sopros de Araras “Maestro Francisco Paulo Russo”, que conquistou títulos importantes nos anos de 1996, 97, 98, 99 e 2000. Em 2005 conquistou o 1º lugar no concurso de bandas “Zequinha de Abreu” na cidade de Santa Rita do Passa Quatro.


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