quarta-feira, 6 de setembro de 2017

ÁLBUM DAS BANDAS DE ARARAS - O LIVRO EDITADO

Texto Inajá Martins de Almeida


Quarenta anos decorridos entre a conquista do Campeonato Nacional de Bandas de Música - 1977 / 2017.

Nelson Martins de Almeida registrava o momento histórico. Encaminhava textos a jornais locais, demonstrando que a história haveria de perpetuar o grande feito pela Corporação Musical Maestro Francisco Paulo Russo e seu brilhante maestro Alfredo Alexandre Pelegatta. 

Entretanto, o rascunho esboçado, os recortes de jornais que se avolumavam e se organizavam em cadernos, requeriam edição livresca e eis que o desejo do historiador Nelson Martins de Almeida e do músico Carlos Viganó, encontram nas filhas argumentos que demonstram a dinâmica dos acontecimentos que envolveram a corporação e os músicos, decorridos esses 40 anos (1977/2015) – a criação da Escola de Música Carlos Viganó, o Maestro Marco Antonio Meliscki à frente da regência a transformar a corporação em Orquestra de Sopros, jovens que voltavam a relembrar a plêiade de músicos arregimentados pelo Maestro Francisco Paulo Russo nas décadas que se sucediam a partir de 1909, agora a compor a Banda Alfredo Alexandre Pelegatta, no caminhar do século XXI.


Assim, o encontro que se fez entre as “filhas da história” - Inajá, por parte de Nelson e Matilde, filha de Carlos Viganó – pode acrescentar páginas à pesquisa que agora envolvia entrevistas, apontava causos de bastidores entre os músicos remanescentes, autênticas memórias vivas, tirava dos bastidores jovens que chegavam, veteranos que partiam, num diapasão harmonioso e melódico.


E o Álbum se torna público.

O templo do saber a Biblioteca Martinico Prado empresta seu espaço para que o lançamento da edição em livro, capa dura, 200 páginas em conteúdo, escrito e fotográfico, tornem sete capítulos numa sinfonia histórica de 136 anos de envolvimento musical a contar  1879 / 2015; seus maestros, orquestras várias, bandas marciais, vultos e músicos que emprestam seus apontamentos biográficos para que as páginas possam configurar e compor a história.  




Noite de sábado O amplo salão da biblioteca todo iluminado, livros, quadros, estantes que marcaram uma época, ornamentam-se, ganham nova coloração. Mesas de leituras cobrem-se com toalhas brancas, cadeiras dispostas em forma harmoniosa, previamente calculada sua dinâmica para que os convidados possam sentir a recepção que os aguardam. Álbuns sobre as mesas; abertas suas páginas, podem ser  apreciadas, flores a espargirem o frescor e perfume no ambiente, coquetel saboroso aguarda seu momento pacientemente.                                                     foto: Elvio Antunes de Arruda 




Fleches fotográficos, imprensa presente, atenta aos momentos a solicitar breves palavras. 


Registros marcantes para a rádio, TV e jornal.

foto: Elvio Antunes de Arruda 

Foto - Elvio Antunes de Arruda 



E eis que um a um os convidados se apresentam. O vasto salão começa a se tornar pequeno; as cadeiras insuficientes. No telão as imagens pedem passagem para apresentar fragmentos do que a edição reserva aos seus leitores. 










A um canto, a voz sonora, cadenciada, num compasso seguro, ora pianíssimo, ora vibrante, bravo, preenche o ambiente que silencia ao anseio pelo espetáculo. Eslaides  apresentam-se, apontam a significância dos temas discorridos na edição. Trinta quadros tendo como movimento sonoro a obra Newton do Maestro José Barbosa de Brito, a mesma que no concurso final em 1977, recebera entre as outras apresentadas, a nota máxima – dez – com louvor por parte do corpo de jurados –  dá impressão que o salão quer rodopiar, como se em praça pública todos estivessem.




Nilsinho Zanchetta, a voz sonora, cadenciada, melodiosa, que se deixara emprestar ao movimento glamoroso da noite, convida ao microfone. As coautoras Inajá Martins de Almeida e Matilde Ap.Salviato Viganó




Sr. Presidente da Câmara Pedro Eliseu Sobrinho traz a público o pioneirismo da cidade de Araras – a libertação dos escravos que antecedeu 1888, a festa da árvore; Inajá  relembra o fato do concurso nacional de Bandas, em que Araras, ao competir em nível nacional, entre Estados e Municípios, sagra-se a primeira a receber tal honraria em município brasileiro. Coube a nós, ararenses, portanto, mais um título para a sua galeria de vanguardismo e pioneirismo – Campeã de Bandas de todas as Bandas em nível nacional. 


Sr. Secretário da Cultura, Marcelo Franchoja, enfatiza o brilhante trabalho do Maestro Marco Antonio Meliscki a frente da Orquestra de Sopros e da Escola de Música Carlos Viganó, o que se pode confirmar quando os jovens harmoniosamente colocados em suas posições, instrumentais e instrumentistas afinados, atentam à batuta. Em uníssono, aos primeiros acordes fazem vibrar alma e coração. Sons melódicos, ritmados e compassados, preenchem o espaço, atravessam as enormes janelas que se abrem à praça, elevam-se ao céu,  encontram a luz da lua e das estrelas, a confundirem-se com as luzes da rua, sorriem ao espetáculo que se abre a todos.



Olhares atentos, ritmos e repertório são apresentados; Maestro Meliscki divide a batuta ao também músico e Maestro André, quando este pode mostrar ao público que à música vários olhares podem ser apontados, através de suas leituras. Maestros imporem cores e conotações diversas. Repertório sabiamente escolhido para o momento singular daquela noite quente de sábado. 

E ao tomar novamente à batuta e a palavra Maestro Meliscki compartilha a frase que o impactou e que o Álbum registra: -

 “Um povo sem cultura não é digno de sua história” e nos presenteia a todos com a música de Roberto Carlos, propícia para o momento de que ante toda aquela manifestação de entusiasmo, ousadia e coragem “é preciso saber viver”. 

O tempo cumpria o cronograma. Duas horas em que não se percebeu cansaço. Abraços apertados, mãos que se comunicavam; sorrisos, lágrimas, carinho, agradecimentos, autógrafos requeridos. O tempo gritava por mais tempo. Porém, as luzes haveriam de se apagar, os envolvidos pelo trabalho que iniciou, anos, meses, dias e horas antes do ocorrido, ansiavam pelo silêncio do diálogo íntimo. Todos precisavam degustar o momento, fechadas as portas e janelas do interior. Era o momento da despedida, quando as luzes se apagariam e o espetáculo dentro de cada um poderia continuar.

Eis aqui as reticências, em que não se coloca ponto final na história. Ela há que ser contada pela geração vindoura. 

Entre nós, contudo, Inajá e Matilde o que pudemos apreciar nessa noite de sábado, fora o brilho contagiante da amizade que os anos não murcharam.  Novos amigos que vieram agregar comprometimento a um trabalho que fora crescendo à medida que o fôramos tornando público.

Em momento algum sentimos o cansaço e a  falta de envolvimento por parte daqueles que buscamos a parceria. Agradecer é o pouco que podemos externar, porque pudemos perceber em cada envolvido o brilho nos olhos também em agradecimento por fazerem parte dessa edição que já se pode consagrar pioneira entre tantas que o município agrega para si. O impacto deste Álbum das Bandas de Araras – documentário histórico – será relembrado, decorridos os anos, pelas gerações que sucederão este sábado - 26 de agosto de 2017.

Fotos de Elvio Antunes de Arruda,  coroam o evento com brilho singular...


foto da esquerda para a direita: - David Martins de Almeida e esposa Patrícia, Elisabete de Almeida e as filhas, no colo, Ana Elisa e Ana Clara, Inajá, Matilde e o Alexandre Martins de Almeida (David e Alexandre netos do autor Nelson Martins de Almeida

foto: Elvio Antunes de Arruda - Araras 26/08/2017  
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Ivane Meliscki - esposa do Maestro Marcos Antonio Melisck assim se expressa...

 


       

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