sábado, 23 de setembro de 2017

ÁLBUM DAS BANDAS EM SEUS BASTIDORES

Texto de Inajá Martins de Almeida




Nelson Martins de Almeida dedica horas intermináveis a compor, aquele que viria ser o Álbum das Bandas de Araras.

Precisar o início, quem sabe, pois que o Álbum de Araras, edição 1948 (foto) traz matéria sobre a manifestação cultural em torno da música, teatro, literatura que envolvia a cidade que já se apresentava como celeiro para o culto às artes. 

Adentro o texto e vejo meu pai compenetrado em seu trabalho artesanal. Cola textos de jornais, fotos; acrescenta outros tantos, esboça opiniões e pareceres. É o grande campeonato nacional em concurso de bandas que lhe motiva nova obra - esta demora anos a ser editada, mas acontece. Percorre tempo que se cobra - 1977 / 2017 (quarenta anos que se pode contar).


Anos de dedicação presenciamos nossos pais. Matilde com o músico Carlos Viganó, eu Inajá com Nelson Martins de Almeida, meu pai. Pudemos então viver intensamente todos os momentos. Enquanto muitos ouviam falar, nós ocupávamos os bastidores, quiçá algumas vezes o palco; quantos valiam-se das plateias aos aplausos acalorados. [o "boneco" fora manuseado, estudado, digitado em computador, até sua impressão em 2017]  





Capa original quando do "boneco", completamente modificada em sua edição final.

A Banda Campeã em seu uniforme se deixa fotografar na praça Barão de Arary - foto histórica de 1977











Colhíamos lembranças, testemunhas oculares, mal supondo o tempo nos reservar adentrarmos o cenário em que nossos pais tão bem versavam. Assim, aos poucos fomos nos acostumando com o legado. De um lado, o esboço do Álbum, guardado entre outros tantos. De outro, o protagonista que vivenciara as mais eloquentes expectativas a cada conquista no embate musical. 


[contra capas CD 1977  - Banda Campeã Nacional]     
  

Se, de um lado um, Carlos Viganó, em campo alavancava aplausos e comentários efusivos ante as apresentações, de outros, Nelson Martins de Almeida, ocupava-se dos apontamentos, guarda dos registros, formatação do “boneco” para edição futura.

Os protagonistas não alcançaram o livro editado, entretanto, de posse de todo o material os registros participavam da dinâmica que a história apresenta e clamavam pelos acontecimentos durante os anos que avançaram em novos fatos.

No primeiro instante a timidez fez com que parássemos a projetar o sonho de dois idealistas pela arte – Carlos e Nelson – e motivadas por tantos acontecimentos que nos víramos envolvidas – a criação da Escola de Música “Carlos Viganó, já vislumbrada pelo Maestro Francisco Paulo Russo a formar plêiades de jovens músicos nos idos 1909; a homenagem pelos 100 anos de Carlos Viganó; a passagem de Corporação para Orquestra de Sopros, todos esses fatores, ainda mais alguns músicos remanescentes de 1977 em nosso convívio, deram subsídios para avançar em pesquisa. E as páginas puderam suceder uma a uma e alcançar a marca de 200 (duzentas), entre registros, fotos, lembranças memoriais e imemoráveis.


Assim, nesse breve encontro, podemos afirmar que vivemos intensamente esses bastidores que, desde a ideia, uma  conversa informal entre nós primas e co-autoras do Álbum, até a sua concretização, imaginamos uns cinco anos de muito prazer, envolvimento e comprometimento. 

Agora podemos afirmar que o Álbum vive em nós. 

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