quarta-feira, 10 de julho de 2013

ARARAS POR SÃO PAULO - 9 DE JULHO DE 1932

A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

Na madrugada de 26 de fevereiro de 1932, a imprensa, que não se havia mancomunado com as ideais daqueles que haviam implantado o regime ditatorial, sofre o primeiro golpe com o empastelamento do Diário Carioca, cuja violência provocou o protesto solidário dos jornais do Rio e de São Paulo, com a suspensão de suas publicações.

A “Tribuna do Povo”, em artigo de fundo, lança então um artigo sob o título “A José de Lacerda Guimarães, fundador de Araras. Casado duas vezes, a primeira com uma prima-irmã, e a segunda, com uma sobrinha que se tornou Baronesa, teve uma prole de 17 filhos. Era sobrinho e genro do Alferes Franco, grande latifundiário de seu tempo e precursor da fundação e Araras.experiência da ditadura”, dizendo:

“... No dever de não ficar em silencio nesta hora grave e decisiva, bastar-nos-á transcrever as insuspeitas palavras de um desses jornais, “A Razão: “infelizmente, essa é a verdade. O povo, sem rumos, sem sentir por si o interesse do Governo Provisório; o Povo que confiou tanto na Revolução, que dela tudo esperou, encontra-se hoje num estado de desilusão, que degenera em atos e atitudes desesperados ...”


A 9 de julho os primeiros clamores se levantam e Araras , munida de sua tradição de civismo endereça telegrama ao Dr. Pedro de Toledo, Governador do Estado, no seguinte texto:

“Infra-assinados, representando população ararense, hipotecam integral apoio V.Excia, intérprete aspiração unânime povo paulista reintegração país regime da lei. Respeitosas saudações. (a) Oscar Ulson, Dr.B.Carvalho Franco, Ignácio Zurita Junior, André Ulson Jr., Luiz Delamain Jr., Dr. Leôncio da Costa Galvão, Sebastião C.Duarte, José Câmara Matos, Ovídio Padula, Francisco Graziano, Eolo Camargo Preto, Afonso Bueno, Sebastião C.Schimidt, Jorge Luiz”.

A 15 de julho, às 17 horas, em trem especial, no qual também seguiram voluntários de Pirassununga e outras localidades do ramal, partiu a primeira leva de voluntários ararenses, da qual declinam-se os nomes de:   Dr. Leôncio da Costa Galvão, Luiz Delamain Jr., Ovídio Carlos Padula, Arrideu Marcicano, Vitorino Simões Fortuna, Guilherme Terciotti, Américo de Campos, Silvino S.Pontes, Atílio Imolezi, Oto Ulderico Luca, Júlio Pereira, Fernando Afonso, João Giacomini Sobrinho, Paulo Russolo, Mario Bocayuva, João de Oliveira, Antonio Morais Rego, Francisco Marcicano Jr., Adhemar Corrêa, Lauro Reis, Antenor Elias, Paulo Silva, Belmiro Vitalino, Sebastião Iolando Logli, João Kammer Filho, José Xavier, Pedro Chagas, Paulo Vasconcelos Pinto, Antonio Kammer, Monoel Mani, Natalino Montagnolli, Belmiro Bento Marques, José Ferreira dos Santos, Trajano Leme, Francisco Ribeiro Scartezini, Adão José da Luz, Aristóteles Luz, Francisco Gonçalves, Luiz Gonzaga, Henrique Affonso, José Antonio dos Santos, Ovídio Bernardes da Cunha e Joaquim Filadelfo Machado Junior.

No dia 23 do mesmo mês, seguiu uma segunda leva de voluntários ararenses, composta por: Narciso Franzini, Benedito Ribeiro Martins, Mamede de Souza, José Bueno, Luiz Rodail, Luiz França, Antonio Carnier, Luiz Lucas Silva, Leocadio Alves, Rui S.Morais, Primo Bonadio, Manoel Mani, Acrisio Passos, José Ferreira Peixoto, Antonio Narciso Faber, Geraldo de Paula, Manoel Anacleto, Fernando Madalon, Aníbal Lopes, João Lopes, Domingos Júlio, José Galante Martins, Domingos Moreira, Jaime Bueno, Flosino Silva, Sebastião Alves, Marcelino Coelho, Sebastião Luiz, Antonio Camilo, José Bueno, Antonio Mazetto, Francisco de Oliveira, Euflosino Tangerino, João Amaro, Osvaldo Landgraf, João Gregório, Carlos Brunzetti, Manoel Navarro, Liberato Barra Mansa, Vergílio Serafim, Francisco Garofalo, Olindo Bagio, Antonio Moreira, Moacir Samuel, Luiz Santos, José Laureano, Prof. Vicente dos Santos, Afonso Schmidt, Eolo de Camargo Preto, Ovídio Leonardi, Juvenal Pesse, cabo reservista sr. José Câmara Mattos, Francisco Costa, Alaor Franco, Lázaro L.Lima, Domingos Moreira, José Rodrigues e outros nomes não encontrados durante a pesquisa.

DR. CESÁRIO COIMBRA – constitucionalista de 1932

Agricultor, advogado, político, um dos maiores vultos da vida pública, nasceu em Araras aos 13 de maio de 1891, filho do Dr. Rodolfo Coimbra e sra. Clotilde de Lacerda Coimbra e neto dos Barões de Araras. Formou-se em 1914, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.

Em Araras foi fundador do Partido Municipal, ocupando a vereança em várias legislaturas, com acentuado brilho.

Na política destacou-se como um dos fundadores do Partido Democrático, ocupando vários cargos de direção; ao lado dos organizadores do Movimento Constitucionalista, combateu o bom combate, resultando para si o exílio; de volta à Pátria, figura junto aos fundadores do Partido Constitucionalista, sendo também um de seus dirigentes.

Foi Presidente do Instituo do Café, no Governo de Armando de Salles Oliveira, prestando inestimáveis serviços à lavoura. No jornal paulista “O Estado de São Paulo,  foi o responsável pela política cafeeira preconizada por esse jornal, tendo todos trabalhos publicados sob sua orientação.


Cesário Coimbra que a história haveria de perpetuar com um dos maiores vultos de Araras, faleceu em São Paulo, a 11 de dezembro de 1948. Era casado com a sra. Maria Sabino Coimbra, sendo seus filhos: sra. Maria América Andrade, casada com o engº Walter de Sá Andrade, Rodolfo Coimbra, casado com a sra. Cecília Camargo Coimbra, Horácio Coimbra, casado com a sra. Yolanda Cerqueira César Coimbra e Srta. Celina Coimbra.

Pesquisa e redação de Nelson Martins de Almeida


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Pesquisa complementar
O Texto está inserido no link que segue, com esses dados que registramos aqui com os devidos créditos a 

http://maisararas.com/como-araras-teve-participacao-na-revolucao-de-1932/

No dia 09 de julho, São Paulo comemora a Revolução Constitucionalista de 1932. A data, transformada em feriado civil em 1997, marcou o início de um dos principais episódios da história do estado. A Revolução foi um levante armado da população de São Paulo que, nos meses de julho e outubro de 1932, combateu as tropas do governo federal. O objetivo central do movimento era a queda do governo provisório de Getúlio Vargas, que dois anos antes assumira o poder no país, fechando o Congresso Nacional e abolindo a Constituição. O levante é chamado de “constitucionalista” porque São Paulo pedia a decretação de uma nova constituição Federal.
O movimento militar paulista do estado perderam a guerra, pela superioridade e técnicas do exército brasileiro. Mas sua luta não foi completamente em vão, depois de dois anos, em 1934, o governo central decreta uma nova constituição, mostrando que a revolta conseguiu alcançar seu principal objetivo declarado.
Confira a seguir o texto que mostra as pesquisas da participação da cidade no ato constitucionalista de 32 feita por Nelson Martins de Almeida, um dos maiores historiadores de Araras .

Forças
Força Pública Paulista :
  • 10.000 combatentes
  • 4 Aviões
  • 5 Trens blindados (construídos ao longo do conflito)
  • Número incerto de veículos blindados (construídos ao longo do conflito)
Voluntários:
  • 40.000 combatentes
  • 200.000 alistados
  • Número incerto de aviões
Frente Única Gaúcha :
* 450 combatentes
Estado de Maracajú :
por volta de 3.000 combatentes
Forças Armadas:
Todo o exército, marinha e aviação disponível no país.
Forças Públicas Estaduais
Total: Aproximadamente 100.000 homens ao fim do conflito.
Baixas
São Paulo: – 634 no mausoléu oficial
– 2.000 estimativas sobre todos os combates
– Sem-número de baixas civis
Frente Única Gaúcha:
cerca de 200
Estado de Maracajú:
mais de 300
Forças Armadas Brasileiras:
1050 Mortos
3800 Feridos
Forças Públicas Estaduais:
sem número.


Créditos
– Nelson Martins de Almeida,  ARARAS POR SÃO PAULO – 9 DE JULHO DE 1932: Disponível em: Acesso em 08 de julho de 2015.
– MANSO, M. Costa. São Paulo e a Revolução: 1932. São Paulo: scp. 1977. 11p.
– PUIGGARI, Umberto. Nas Fronteiras de Mato Grosso. São Paulo: scp, 1933.
– O Governo Provisório nunca revelou publicamente as baixas de seu lado da guerra civil. No entanto, um relatório militar enviados aos Estados Unidos possuía tal informação. Cf. VILLA, Marco Antônio – 1932:Imagens de uma Revolução. São Paulo, IOESP, 2009.

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